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Educação e Humanização


Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda.
A filosofia define-se de várias maneiras na história do conhecimento. Para o nosso interesse neste trabalho a contribuição especifica da filosofia é resgatar a visão de totalidade pertinente ao fenômeno estudado permitindo que ele seja  visto além do aparente. Esta visão de totalidade propicia ao ser humano a ampliação dos seus horizontes como agente histórico e sociocultural. Sendo uma atividade racional, a filosofia é também uma atividade critica cuja tarefa principal é elevar a consciência do senso comum ao plano do questionamento e da reflexão.  
 Desta forma, o fenômeno educativo tais como os demais relativos ao homem, ao conhecimento do mundo e dos fins, da cultura, das técnicas, dos valores são objetos da analise e questionamento filosófico. Ao se ocupar da educação estabelecendo fundamentos e direcionamentos para sua práxis, estamos no domínio especifico da filosofia da educação.
            Em nossa abordagem do processo educativo como meio de humanização do homem tal qual o concebe Paulo Freire, buscamos na filosofia da educação o suporte teórico capaz de sustentar nossa pesquisa.
            Pautando-se no entendimento filosófico de que o ser humano é histórico e  Inacabado,  e, por isso, sempre pronto a aprender, Paulo Freire estabelece sua tese central, a tese da liberdade- libertação. Segundo ele a educação visa libertar e transformar radicalmente a realidade para melhorá-la, tornando-a mais  humana para permitindo que homens e mulheres sejam reconhecidos como sujeitos de sua história e não como objetos.
            Nosso autor propõe uma prática educacional contrária ao que se  faz na escola hoje. Seu ponto de partida é a ideia de que é preciso “ler o mundo” para poder agir sobre ele no sentido de modificá-la. Em sua pedagogia o saber não pode ser visto como doação dos que se consideram seus donos, mas resulta do espírito investigador, da crítica e da criatividade.
            Tanto os fundamentos epistemológicos quanto os princípios pedagógicos por ele defendidos implicam novos papéis para educando e educadores.
            O caráter democratizador, mediador, e transformador da escola passa pelo professor. Sua postura de mediador na interação dos alunos entre si, o meio social e os objetos do conhecimento é que vai viabilizar o alcance dos propósitos de uma educação que se pretende humanizadora. Se o professor se torna o centro do conhecimento, sua ação educativa se perde.É o professor que faz o aluno progredir na medida em que desencadeia a problematização e orienta quanto aos procedimento da aprendizagem.
            Segundo Paulo Freire a “liberdade é a vocação natural de todo ser humano” esta liberdade, no entanto, lhe é negada pelas diferentes e múltiplas formas de opressão. Para vencer essa luta, a única alternativa viável reside na filosofia do diálogo, pois somente por meio dela o individuo chega à autentica libertação. Pela educação, enfatiza Paulo Freire, promove-se a ampliação da visão de mundo do educando para melhor qualificar sua intervenção nele, e isso é facilitado pelo diálogo, pois ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, juntos é que os homens se educam.

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