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Aqui Descansa um Poema

Se as palavras me viessem nessa hora!
Trariam consigo todos os beijos em orvalho
E a doçura do toque em minhas mãos,
Nessas linhas que se transformam em palco
Para o nascer da expressão.


E se viessem acompanhadas,
Não seriam tão somente de lágrimas perfeitas,
Dores do âmago,
Mas também de sorrisos, delírios
E olhos molhados em verdadeira emoção.


Porém,
As palavras que outrora sugaram as primícias de minha alegria
Afogam-me num presente mudo e sem dedos no coração
Ora! Quem precisa de palavras?
Secas palavras!
E quando molhadas,
Envoltas em mágoas,
De um frio disfarce da interpretação.


Na verdade,
A ti reverencio vitais palavras!
E necessito
Tanto daquelas que partem dos meus lábios
Como dessas que se movem em meu interior
Sábias, judiciosas, às vezes inimigas e maldosas,
Pois me conhecem tão perfeitamente
Mas me negam o discernimento da vida sem versos, sem pena,
Deixando-me viver sob iminência dos sentimentos.


Agora, me sobram folhas e linhas!
Dorme triste meu poema!
(Dárcio Campos)
Eu não falei mal da chuva
Embora a minha angústia molhada doesse:
Gotas-mágoas
Gotas-turvas
Gotas minhas
Tão sujas
Mas não chorava de ti, chuva
Pensava sim,
No entanto,
Derramava o encanto:
Lágrimas em pranto.
(Dárcio Campos)
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Castigado pela cor

Vivemos em um mundo racista,
ainda enchergamos preconceito seja por atitudes,
classes ou cor
Os negros muito sofreram
Até que houve a abolição
Onde enchergaram a liberdade
De tanto sofrimento e humilhação
O sonho virou realidade
Vamos ter consciência e reflexão
Porque ser negro não é feio
Feio é ter preconceito
O dia da Consciência Negra
Faz-nos lembrar
Que no fundo, somos todos iguais.


de Rafaela da Silva Bertoldo
Diadema - SP -
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NEGRO

C onsciência não se compra
O que precisa é saber conquistar
N ão há paz no mundo
S e não soubermos o valor de amar
C omo construir um mundo melhor?
I luminado pela luz do amor
Ê xito é o que queremos
N este mundo de lutas, de dor.
C onviver com todos na harmonia,
I gualdade, sem preconceitos
A mando uns aos outros, como Deus nos ensinou.

N egro não é defeito, é uma linda cor
E xistem muitas inteligências
G ostos, preferências
R esponsabilidades, amor.
A ntes de tudo somos gente:
gente que ama
gente que luta
gente que sofre
gente que sente: alegria e dor.


de Maria Dionésia Santos da Silva
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DIANTE DA PORTA DA VIDA MORTA

Diante da porta
da vida morta,
devo sorrir
ou devo chorar?

Há deste lado
belas estrelas
que um dia talvez
possa alcançar.
Belas estrelas,
mas que me assombram
e fazem mal
ao meu olhar.
Por trás da porta
da vida morta,
em meio a um branco
transcendental,
o que haverá?
o que haverá?

Belas estrelas
dos meus assombros,
por gentileza
dizei-me vós:
diante da porta
da vida morta
devo sorrir
ou devo chorar?
(Alcenor Candeiro Filho)
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Senhora da Bondade


Não te quero por tua formosura
De rainha da graça entre as mulheres,
Quero-te porque és boa, porque és pura
E ainda mais porque sei que tu me queres.

A beleza exterior nem sempre dura.
E a d'alma, estejas tu onde estiveres,
Ungiras de meiguice e de doçura
Tudo em que a bênção deste olhar puseres.

Eu sou artista: encanta-me a beleza,
Em ti, porém, abstraio-a, inteiramente,
E penso amar-te assim com mais nobreza;

Pois, se te esqueço a forma e a mocidade,
É para amar em ti unicamente
A encarnação suprema da bondade. 
(Nogueira Tapety)
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Formação dos futuros presbíteros da Igreja no Brasil

A CNBB publicou o mais novo documento das Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil. O texto foi aprovado na 48ª Assembléia Geral da CNBB, em Maio de 2010 e a partir de então deve entrar em vigor em todos os Seminários diocesanos e interdiocesanos ou outras casas de formação presbiteral bem como nos órgãos diocesanos de qualificação permanente de todos os Sacerdotes.
A Conferência Episcopal Brasileira considerou necessária a elaboração desse documento mediante as exigências culturais e sociais dos tempos hodiernos. Assim, a preocupação dos bispos se deve profundamente pela necessidade de se ter uma Igreja marcada pelo espírito apostólica missionária comprometida com o empenho da nova evangelização refletido na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e caribenho, impregnada de elementos da sã doutrina. Na esperança de enriquecer a formação espiritual, humano-afetiva, intelectual e pastoral, o documento foi pensado na ocasião em que a Igreja celebrava os 150 anos da morte do Santo Cura D´Ars, padroeiro dos padres. Além disso, os bispos quiseram expressar a comunhão com o pensamento do Santo Padre o Papa Bento XVI no que diz respeito o tempo de seminário: “o seminário é tempo de caminho, de busca, mas, sobretudo, de descoberta de Cristo”... (Bento XVI, Aos Seminaristas em Colônia 19.08.05)        
As Diretrizes têm o objetivo de fazer com que o anúncio do Reino de Deus seja feito de forma eficácia para todo o povo de Deus; que todos os Sacerdotes despertem o desejo de serem coordenadores e animadores de fé e amor em meio a tantos desafios causados numa sociedade que enfrenta as mudanças de épocas, mas que nunca perda de vista o verdadeiro sentido, de serem pastores do povo de Deus, servidores da vida.
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Morro da Cruz

De ti cuido sob a luz das tuas ruas
Que namoram e se escondem
E deixam rastros no pó do passado
Pois o que há de vir por ti
Já está bem cuidado
Ó! Chão tu és amado!

E bem alto, debaixo de uma nova luz
Avisto os pés que beijam o asfalto,
Saltam meus olhos cercas, muros e quintais.
Ó! Morro da Cruz
Depois de ti 
Aquele que jaz!
(Dárcio Campos)
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Louca Santa Inquisição


Pensamentos queimados em fogueiras santas

Amaldiçoados por serem a semente

Que no peito uma revolta planta

Corpo em cinzas agora iminente

Na fumaça de palavras descansa



Inócuos olhos convertidos em chamas

Castigados por mentes

Que não escondem a insânia

Em tragar o dissidente

De sabedoria tamanha

(Dárcio Campos)
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Educação e Humanização


Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda.
A filosofia define-se de várias maneiras na história do conhecimento. Para o nosso interesse neste trabalho a contribuição especifica da filosofia é resgatar a visão de totalidade pertinente ao fenômeno estudado permitindo que ele seja  visto além do aparente. Esta visão de totalidade propicia ao ser humano a ampliação dos seus horizontes como agente histórico e sociocultural. Sendo uma atividade racional, a filosofia é também uma atividade critica cuja tarefa principal é elevar a consciência do senso comum ao plano do questionamento e da reflexão.  
 Desta forma, o fenômeno educativo tais como os demais relativos ao homem, ao conhecimento do mundo e dos fins, da cultura, das técnicas, dos valores são objetos da analise e questionamento filosófico. Ao se ocupar da educação estabelecendo fundamentos e direcionamentos para sua práxis, estamos no domínio especifico da filosofia da educação.
            Em nossa abordagem do processo educativo como meio de humanização do homem tal qual o concebe Paulo Freire, buscamos na filosofia da educação o suporte teórico capaz de sustentar nossa pesquisa.
            Pautando-se no entendimento filosófico de que o ser humano é histórico e  Inacabado,  e, por isso, sempre pronto a aprender, Paulo Freire estabelece sua tese central, a tese da liberdade- libertação. Segundo ele a educação visa libertar e transformar radicalmente a realidade para melhorá-la, tornando-a mais  humana para permitindo que homens e mulheres sejam reconhecidos como sujeitos de sua história e não como objetos.
            Nosso autor propõe uma prática educacional contrária ao que se  faz na escola hoje. Seu ponto de partida é a ideia de que é preciso “ler o mundo” para poder agir sobre ele no sentido de modificá-la. Em sua pedagogia o saber não pode ser visto como doação dos que se consideram seus donos, mas resulta do espírito investigador, da crítica e da criatividade.
            Tanto os fundamentos epistemológicos quanto os princípios pedagógicos por ele defendidos implicam novos papéis para educando e educadores.
            O caráter democratizador, mediador, e transformador da escola passa pelo professor. Sua postura de mediador na interação dos alunos entre si, o meio social e os objetos do conhecimento é que vai viabilizar o alcance dos propósitos de uma educação que se pretende humanizadora. Se o professor se torna o centro do conhecimento, sua ação educativa se perde.É o professor que faz o aluno progredir na medida em que desencadeia a problematização e orienta quanto aos procedimento da aprendizagem.
            Segundo Paulo Freire a “liberdade é a vocação natural de todo ser humano” esta liberdade, no entanto, lhe é negada pelas diferentes e múltiplas formas de opressão. Para vencer essa luta, a única alternativa viável reside na filosofia do diálogo, pois somente por meio dela o individuo chega à autentica libertação. Pela educação, enfatiza Paulo Freire, promove-se a ampliação da visão de mundo do educando para melhor qualificar sua intervenção nele, e isso é facilitado pelo diálogo, pois ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, juntos é que os homens se educam.
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consciência negra



No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O quilombo era uma localidade situada na Serra da Barriga, onde escravos se refugiavam. Com o passar dos anos, chegou a atingir uma população de vinte mil habitantes, devido ao aumento das fugas dos escravos.
Os escravos serviam para fazer os trabalhos pesados que o homem branco não realizava, não tinham condições dignas de vida, eram maltratados, apanhavam, ficavam amarrados dia e noite em troncos, eram castigados, ficavam sem água e sem comida, suas casas eram as senzalas, onde dormiam no chão de terra batida.
Muitas pessoas eram contra essa forma de tratar os negros e várias tentativas aconteceram ao longo da história para defender seus direitos. Em 1871 a Lei do Ventre Livre libertou os filhos de escravos que ainda iriam nascer; em 1885 a Lei dos Sexagenários dava o direito à liberdade aos escravos com mais de sessenta anos.
Mas Princesa Isabel foi a responsável pela libertação dos escravos, quando assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, dando aos mesmos o direito de ir embora das fazendas em que trabalhavam ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos.
O dia da consciência negra é uma forma de lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.
Hoje temos várias leis que defendem esses direitos, como a de cotas nas universidades, pois acredita-se que, em razão dos negros terem sido marginalizados após o período de escravidão, não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que o homem branco.
Na época da escravidão os negros não tinham direito ao estudo ou a aprender outros tipos de trabalho que não fossem os braçais, ficando presos a esse tipo de tarefa.
Muitos deles, estando libertos, continuaram na mesma vida por não ter condições de se sustentar.
O dia da consciência negra também é marcado pela luta contra o preconceito racial, contra a inferioridade da classe perante a sociedade, além de temas como mercado de trabalho, discriminação política, moda e beleza negra, etnias, homenagens a negros que se destacaram.
Além desses assuntos, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas, além de discutirem e trabalharem para conscientizar as pessoas da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola